Direito à Saúde: você não está sozinho

O acesso à saúde é um direito de todos, garantido pela Constituição Federal. No entanto, muitas pessoas se deparam com barreiras quando mais precisam: negativas de tratamento, falta de acesso a medicamentos, demora na realização de exames ou dificuldades com o sistema público.

Situações como essas geram insegurança, medo e, muitas vezes, sofrimento desnecessário. Mas é importante saber que há caminhos legais para enfrentar essas dificuldades — e que ninguém precisa passar por isso sozinho.

Neste artigo, explicamos o que é o Direito à Saúde, em quais situações ele pode ser judicialmente assegurado e como buscar a orientação correta para proteger esse direito fundamental.

 

 

O que é o Direito à Saúde?

O Direito à Saúde está previsto no artigo 6º da Constituição Federal como um direito social e no artigo 196 como dever do Estado e das instituições públicas e privadas que integram o sistema de saúde.

Isso significa que toda pessoa tem direito a acesso universal, igualitário e integral à assistência em saúde, seja por meio do Sistema Único de Saúde (SUS) ou da saúde suplementar (planos de saúde).

Esse direito inclui:

  • Atendimento médico e hospitalar
  • Acesso a medicamentos essenciais
  • Realização de exames e terapias
  • Continuidade de tratamentos crônicos
  • Atendimento especializado, conforme a necessidade clínica

 

 

Quando o direito à saúde é violado?

Ainda que protegido por lei, o direito à saúde nem sempre é respeitado na prática. Alguns exemplos de violações incluem:

  • Negativa de tratamento por planos de saúde, mesmo com prescrição médica;
  • Demora excessiva no SUS para realização de exames, consultas ou procedimentos;
  • Falta de fornecimento de medicamentos de alto custo ou não padronizados;
  • Suspensão de terapias contínuas, como fisioterapia, hemodiálise ou quimioterapia;
  • Descredenciamento de hospitais ou clínicas, sem alternativa compatível.

Essas situações podem comprometer a recuperação ou a qualidade de vida do paciente. Em muitos casos, a intervenção judicial se torna o único caminho viável para garantir o acesso necessário.

 

 

O que pode ser exigido na Justiça?

O Poder Judiciário tem reconhecido, com frequência, o direito do cidadão ao tratamento adequado, principalmente quando há risco à saúde ou à vida. Entre as demandas mais comuns estão:

  • Fornecimento de medicamentos (inclusive fora do rol da ANS ou sem registro na Anvisa, em casos específicos);
  • Liberação de exames, cirurgias e internações;
  • Cobertura de terapias multidisciplinares;
  • Transferência de pacientes entre unidades hospitalares;
  • Atendimento domiciliar, quando indicado.

Essas ações podem ser movidas contra o SUS, contra operadoras de planos de saúde ou até mesmo contra os dois simultaneamente, a depender do caso.

 

 

Como proteger seu direito à saúde?

É fundamental que o paciente documente tudo: laudos médicos, prescrições, negativas formais, exames e registros de tentativas de atendimento. Esse material pode ser decisivo para demonstrar a urgência e a necessidade do tratamento em eventual ação judicial.

Além disso, contar com o auxílio de um advogado com experiência na área da saúde ajuda a avaliar a legalidade da situação e a indicar os caminhos mais adequados. Em muitos casos, é possível buscar medidas judiciais urgentes, como liminares, que determinam a liberação rápida do que foi negado.

 

 

O apoio jurídico como parte do cuidado

O enfrentamento de uma doença ou condição crônica já é, por si só, desafiador. Somar a isso obstáculos burocráticos ou legais pode comprometer ainda mais o bem-estar físico e emocional do paciente e de sua família.

A atuação jurídica, nesse contexto, deve ser vista como uma ferramenta de proteção, não apenas dos direitos legais, mas da própria dignidade da pessoa em tratamento.

Buscar apoio não é sinal de fraqueza, mas de consciência e responsabilidade.

 

 

Sobre a Dra. Carolina Di Marzio

A Dra. Carolina Di Marzio é advogada com atuação dedicada às áreas de Direito Médico e Direito à Saúde. Seu trabalho envolve a análise de casos relacionados a negativas de tratamento, fornecimento de medicamentos, judicialização da saúde e outras demandas que afetam diretamente o acesso à saúde por parte de pacientes.

Com formação jurídica e atualização constante na legislação e jurisprudência da área, sua prática busca unir conhecimento técnico, sensibilidade social e compromisso com a ética profissional.

Atua de forma remota, o que permite atender pessoas de diferentes regiões do país, mantendo uma abordagem humanizada, clara e respeitosa com cada situação apresentada.