Você sabia que quase 20% das operadoras de planos de saúde do Brasil foram reprovadas pela ANS? Esse dado alarmante foi divulgado recentemente com base na última avaliação trimestral de 2024 e revela um cenário preocupante para quem depende desses serviços para cuidados essenciais.
A Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), responsável por regulamentar e fiscalizar os planos de saúde no país, avaliou o desempenho das operadoras e apontou que 120 delas receberam a pior nota possível, sendo classificadas na faixa 3 — o que indica sérios problemas no atendimento ao consumidor, no cumprimento de coberturas e na qualidade dos serviços prestados.
O Que a Reprovação Significa na Prática?
Estar na faixa 3 da ANS significa que a operadora está muito aquém dos padrões mínimos de qualidade exigidos. Isso envolve uma série de falhas, como:
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Atrasos no agendamento de exames e consultas;
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Recusa de coberturas que deveriam ser garantidas;
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Falta de canais eficazes de comunicação com o cliente;
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Alto índice de reclamações junto à ANS e órgãos de defesa do consumidor;
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Descumprimento de prazos legais para autorizações e procedimentos.
E o pior: mesmo diante desse cenário, milhares de pessoas continuam pagando caro por planos de saúde que não entregam o básico. É como se o consumidor estivesse sozinho, precisando implorar por algo que já está contratado e pago — muitas vezes com sacrifício financeiro.
Como Saber se o Seu Plano Está Entre os Reprovados?
A classificação é pública e pode ser consultada no site da ANS. Basta buscar pela operadora e verificar sua nota no Índice de Desempenho da Saúde Suplementar (IDSS). Se sua operadora está na faixa 3, é sinal de alerta. É seu direito exigir melhorias, trocar de plano sem carência (em algumas situações) ou até mesmo buscar apoio jurídico, se for o caso.
O Que Fazer Se Seu Plano Teve Baixa Avaliação?
Se você já enfrentou negativas injustas, atrasos em procedimentos ou dificuldade para ser atendido, saiba que a lei está do seu lado — e o Direito à Saúde garante instrumentos para proteger o consumidor.
A Dra. Carolina Di Marzio, advogada especializada em Direito à Saúde, orienta pacientes que se sentem prejudicados por operadoras de planos de saúde. Em muitos casos, é possível entrar com ações judiciais que obrigam a empresa a cumprir sua obrigação rapidamente, inclusive por meio de decisões liminares.
Além disso, consumidores podem fazer denúncias formais à ANS e ao Procon de sua cidade, além de registrar reclamações no site Consumidor.gov.br, o que aumenta a fiscalização e contribui para responsabilizar operadoras reincidentes.
A Importância da Informação
Muitas pessoas não sabem que têm o direito de questionar, exigir explicações formais sobre negativas e recorrer à Justiça. É por isso que informações como essa são essenciais: elas capacitam o consumidor a não aceitar menos do que o devido.
Por isso, vale sempre conferir a classificação da sua operadora e alertar amigos e familiares que também usam o plano. Se houver reincidência de falhas, é hora de agir.
Conclusão
A reprovação de quase 20% das operadoras pela ANS mostra que há muito a melhorar no setor. Mas você, paciente, não precisa aceitar passivamente essa realidade. Exija qualidade, busque orientação e defenda seus direitos.